
Para você que está assistindo todo domingo às novas aventuras dessa turma, preparamos uma matéria especial: uma entrevista com Tony Cervone e Spike Brandt, criadores de O Show dos Looney Tunes. O bate-papo, realizado exclusivamente pelo Cartoon Network e enviado para o ANMTV, apresenta diversas curiosidades da nova animação, como o que esperar da série, a dificuldade em produzir um desenho para a audiência atual e a classificação indicativa nos Estados Unidos. Confira:
Quando vocês decidiram fazer um novo desenho com os personagens que todos conhecem e adoram? Vocês não acharam arriscado?
Tony Cervone: Spike e eu trabalhamos em diferentes séries e filmes da franquia. No passado, trabalhamos em Space Jam e Duck Dodgers. Nós estamos, obviamente, entusiasmados em fazer coisas novas, e quando tivemos a chance de fazer uma nova série, ficamos excitados e queríamos fazer uma nova marca. Nós mantemos os personagens como eles são, intactos, mas fizemos um programa inteiramente novo, como nunca antes visto.
Spike Brandt: Já tem um bom tempo que nada é feito com Pernalonga e sentimos que era uma grande oportunidade de produzir uma nova série que apresentasse Pernalonga e Patolino, e apresentá-los para novas crianças. Eu acho que elas irão gostar e espero que seus pais e avós também gostem.
Porque vocês decidiram fazer uma sitcom?
TC: Nós queríamos fazer uma série de TV que mostrasse pessoalmente os Looney Tunes e seus talentos. Queríamos fazer um formato no qual poderíamos confortavelmente contar várias histórias. A ”comédia de situação” torna isso fácil para nós colocarmos os personagens em novas histórias e situações.
SB: Uma das outras coisas que o formato nos possibilita é trazer novas relações entre os personagens da série. Agora podemos ver Pernalonga e Gaguinho interagindo, algo que nunca tivemos antes. Patolino e Frangolino são muito engraçados juntos, então isso nos possibilita ter como se fosse uma nova comunidade destes personagens e ver novas interações.
O programa foi o primeiro da franquia a ter classificação TV-PG nos Estados Unidos (crianças devem assistir acompanhadas dos pais). A nova geração de pais tende a ser muito protetora e geralmente pensam que desenhos podem gerar uma má influência a seus filhos. Como vocês lidaram com esta classificação?
TC: Não é classificado como PG porque os personagens dizem coisas engraçadas ou por estarem em situações que poderiam ser inapropriadas. É somente por causa de sua natureza, porque eles são meio que adultos. Por isso eu quero dizer que eles não são crianças. Eu não acho que o desenho, em partes, seja tão ousado quanto os clássicos. É uma espécie de sinal que os Looney Tunes sempre tiveram um pouco de PG.
Quanto os personagens mudaram desde a última vez que os vimos?
TC: Nós tentamos não mudar os personagens e mantê-los fiéis a quem eles sempre foram. Situações são novas, os personagens algumas vezes encontram eles mesmos em cenários e diferentes apecos de suas personalidades aparecem nestas situações. Em partes, tentamos não tocar em seu comportamento. Pernalonga e Patolino nunca viveram juntos, então veremos algumas coisas diferentes daquelas personalidades.
Na série, Pernalonga tem uma casa e vive na cidade. Isso é um processo similar ao que aconteceu com Mickey Mouse há algumas décadas atrás?
TC: Eu acho que Mickey sempre viveu em uma casa. Até mesmo nos clássicos desenhos de Mickey, ele sempre pareceu viver em uma casa. Ele viveu numa vizinhança, Minnie tinha uma casa e Mickey um cachorro. Eu acho que, de certa forma, o programa está entrando um pouco mais nessa área. A maior diferença entre o universo da Disney e da Warner Bros. é que a Disney parece ser um universo de animais com alguns poucos humanos. No mundo da Warner, Pernalonga vive em nosso mundo. Existem pessoas e ninguém olha pra ele e diz: “Oh, tem um coelho andando rua abaixo, dirigindo um carro e falando”. Ele é somente alguém que vive no nosso mundo.
Podemos esperar novos personagens?
TC: Lola foi apresentada em Space Jam e ela apareceu em algumas outras ocasiões, mas fizemos meio que uma nova Lola. Em partes, Lola é uma nova personagem. Mais tarde, Patolino conheceu uma pata chamada Tina. Agora, Tina é uma nova personagem e nós estamos muito felizes com as novas figuras, elas são engraçadas e se encaixam dentro do mundo dos Looney Tunes.
SB: Isso é realmente algo muito novo para os Looney Tunes. Quero dizer, ter essas poderosas duas personagens femininas na série.
A ideia de transformar a série em uma sitcom e trazê-los para a cidade, quando chegou até vocês? Foi para tornar mais confortável para a audiência atual?
TC: Isso foi realmente um jeito mais confortável para contarmos histórias e queríamos contar diferentes tipos de histórias. Queríamos criar uma série que fosse mais relacionada com os personagens. Ainda há alguns conflitos no novo programa, mas queríamos mostrar quem eles são e porque eles fazem as coisas que fazem. Eu acho que é isso que separa uma série televisiva de um grupo de curtas. Quando mais tempo você assiste a série, episódio após episódio, você meio que começa a sentir por eles o mesmo que sente pelas pessoas.
Qual é a melhor parte de trabalhar com personagens que vocês já amaram tanto?
TC: Eu assisto esses desenhos desde que eu era um menino, eles sempre foram os meus favoritos e agora eu tenho que trabalhar todos os dias com algo que eu adorei a minha vida inteira. Eu gosto de desenhá-los e assistí-los. Eu gosto da ideia de fazer novos desenhos para novas crianças. Agora, se elas gostam mais dos desenhos antigos, isso é ótimo, vários desses personagens são fortes o bastante que poderiam existir em diferentes formas.
Patolino vai ganhar uma nova namorada, mas ele está pronto para se preocupar por mais alguém?
TC: Não. Ele não está pronto. Ele é um terrível namorado. Ele não consegue se preocupar com ninguém, mas ele é sortudo pois encontra a pessoa certa.
SB: Existe algo um pouco carinhoso na relação deles. Quando você está assistindo à série, parece que o Patolino encontrou alguém que aparentemente gostou dele assim como ele é. Ele não precisa fingir ser outra pessoa.
O que vocês diriam que é a maior dificuldade para criar um desenho para a audiência atual?
TC: Eu não sei, a dificuldade para nós é tanto ao fazer um desenho para a audiência atual quanto respeitar os personagens com os quais estamos trabalhando. Nós realmente os amamos e adoramos sua história, e nós estamos muito cientes do quão importante eles são para a audiência. A principal preocupação é somente a de tentar manter a tradição e fazer com que os personagens evoluam. Nós nunca e nem vamos querer que esses personagens sejam algo do passado. Eles são sempre algo atual e estão tão vivos hoje como nunca antes visto. Este é sempre nosso principal desafio.
Fonte: Anmtv.com.br
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